A música estava alta e a luz era fraca, típica das boates de striptease. Humberto caminhou entre as mesas e entre as pessoas de pé até chegar mais perto do palco, onde a luz era melhor. Havia dirigido por três horas até aquele lugar, depois de receber do detetive a informação pela qual esperara um mês inteiro.
Então, ele a avistou. Ela entrou usando um sobretudo preto, caminhou até a barra de ferro, e começou a dançar e a tirar a roupa. Quando a viu, ele quis subir em cima daquele palco e tirá-la dali, mas assim que ela começou a se despir para aquele bando de desconhecidos, ele ficou tão surpreso e admirado. Acabou desistindo.
Antes que o show terminasse, voltou para casa. Na manhã seguinte, ela chegou. Era o dia da folga de Humberto e ele ainda dormia. Ao acordar, viu que ela tinha lhe preparado o café. Ele sentou-se à mesa, meio sem jeito, tinha que falar, precisava falar:
- Preciso te confessar uma coisa.
- Sim...
Após segundos que pareceram uma eternidade, Humberto respirou fundo e disse:
- Te amo e continuo querendo passar o resto da minha vida com você.
Um comentário:
Só podia ser teu esse conto.
Lindo! Tu é fera!
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