sábado, 16 de outubro de 2010

Crônica/26

Tem uma coisa em mim que dorme. Dorme quando vou e volto do trabalho, dentro do metrô lotado; dorme no final de cada mês, quando o dinheiro é curto. Essa coisa, essa parte de mim que dorme, pede para dormir, pois dormindo sonha e sonhando vê de forma diferente; vê da forma que gostaria que fosse.
Mas há outra parte, a que fica acordada. Essa parte sente e sabe que sonhar é importante, mas quer ficar acordada. Pede e exige ficar acordada, porque assim pode fazer algo concreto sobre os sonhos; sabe que pode tentar torná-los realidade.
Acredito que todos possuímos essas duas partes, em maior ou menor grau. E acredito mais ainda que todos precisamos manter os dois lados ativos. Precisamos que ambos estejam vivos, pois sem o 'lado realista', a vida perde a garantia. E sem sonhos, ela perde o sentido.

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