Num fim de tarde, Diego estava sentado com a bisavó, numa colina de onde dava para avistar toda a cidade.
A bisavó, pensativa, olhava as nuvens que passavam. De repente, disse:
- Já reparou como a gente é que nem nuvem?
Diego olhou, sem entender, e a bisa lhe explicou:
- Mesmo que queira ficar parada, a nuvem se move, nem que seja só um pouquinho, porque o vento a leva pra lá e pra cá. E às vezes, ela segue para lugares onde talvez nem queira ir. Entretanto, o vento a carrega assim mesmo.
Diego ouvia atento, enquanto a bisavó comparava:
- Já a gente pode querer ficar parado, mas a vida não dá trégua. E ela, como o vento, leva a lugares onde talvez a gente não deseje ir. E um dia... Um dia, a nuvem se desfaz ou chove. A gente se vai, morre. A nuvem passa, a gente também. Mas, olha só, Diego, a nuvem evapora depois que chove e volta a ser nuvem. E a gente morre, mas volta...
Diego não esqueceu nunca aquela tarde.
No dia seguinte, a bisavó partiu e, embora ela estivesse bem velhinha, foi uma surpresa que abalou a todos. Diego se lembra bem que, no meio do velório, contou a todos, cheio de certeza:
- A bisa choveu. Não se chateiem, que logo logo ela evapora pra ser nuvem outra vez.
Um comentário:
oi taty, tudo bem?
gostei muito do micro... voce e muito boa com as palavras mesmo.
beijos minha linda!!!!
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