O que é, para que serve e como se faz Filosofia.
Filosofar é refletir, é criar, é ver o mesmo assunto de várias formas e criar novas formas de vê-lo; é pensar soluções para grandes e pequenos problemas e até mesmo criar problemas! É indagar o porquê das coisas, é pôr em teoria tudo que conseguimos imaginar. Gilles Deleuze, em sua obra “Conversações”, afirma que “A filosofia consiste em sempre inventar conceitos” (página 171).
Colocar em prática é tarefa para outras ciências que nasceram através da Filosofia: Medicina, Física, Pedagogia, Jornalismo...
Essa é a grande verdade: a Filosofia é feita de conceitos. Mas esta é talvez a frase mais simples do texto de Deleuze. Ele tem o “dom” de complicar a Filosofia. Porém, há algo que merece atenção em seu texto. Quando Deleuze diz que “O filósofo é criador, ele não é reflexivo”, ele parece querer passar a mensagem de que o filósofo não apenas pensa, mas soluciona – ou tenta.
Para que, afinal, a Filosofia nos serve? Serve para e, assim solucionar problemas, para nos ajudar a entender o mundo! Ou simplesmente para nos tornar ativos no ato de raciocinar ou mais preparados para discutir sobre as polêmicas desse mundão de meu Deus. Como elas, as polêmicas, nos ajudam a pensar, a Filosofia não pára de se criar. E o ato da criação pode mudar sua realidade ou mesmo a do mundo ao seu redor.
Embora às vezes esteja numa “época pobre”, ela é uma arte que está em nosso âmago, pois é próprio do ser humano indagar, pesquisar e pensar em questões mal resolvidas. Até mesmo nas resolvidas, quando parece não haver nada que precise de um ponto de interrogação.
Fazer Filosofia não é difícil. Agora, a Filosofia, em si, tem suas complicações. Para comprovar isso, é só ver quantas vertentes existem, quantas formas de se pensar já foram criadas desde a Grécia Antiga, desde Sófocles, Aristóteles, Platão, Sócrates e tantos outros.
Como fazer Filosofia é a nossa última etapa. A partir do momento em que você pensa sobre determinado assunto está fazendo Filosofia, seja ela erudita, popular como a dos bêbados (que incrivelmente conseguem dizer coisas audíveis e coerentes às vezes) ou complexa como a de Deleuze (que usa palavras complicadas, segue falando de coisas que aparentemente não têm a ver com Filosofia e faz muitas citações).
É filosofando que saímos do destino que nos é dado: a padronização. Você pode escolher entre pensar diferente ou pensar o que outros já pensaram, pode escolher qualquer vertente, de qualquer época, mesmo que ela pareça ultrapassada; pode escolher entre viver na ignorância ou refletir um pouco sobre o que quer que seja.
Nota: Escrevi esse artigo mais ou menos em 2004, quando estava cursando Jornalismo. Ele foi feito para a matéria "Introdução à Filosofia". Fiz alguns ajustes, como era de se esperar.
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