segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Crônica/32

A visitante

Todo dia, palavras me cutucam, nervosas, agitadas ou simplesmente alegres e com vontade de se expor. Às vezes, estou de mau humor e não dou bola. Outras vezes, preciso falar delas, caso contrário, não me deixam em paz.
Hoje, uma palavra veio me ver. Conversamos bastante, essa palavrinha e eu. De tempos em tempos, ela me ronda. Eu a vejo me observando com seus olhos marejados e tento não olhar para ela, mas é difícil. Comentei sobre essa vigilância e ela me respondeu:
- É que você me chama constantemente com seus pensamentos. Você não sabia disso?
Eu imaginava.
Então, hoje eu tinha que escrever sobre essa palavra, para amaciá-la um pouco e para tentar me aliviar também.
Palavrinha esperta essa que me visita. Sabe tanto. Me fala de fatos, viagens, dias ociosos, noites enlouquecidas, amigos, lugares, canções, paixões, sonhos. E eu escuto, com a maior atenção, a saudade me contando causos e coisas de mim mesma.

(Para todas as minhas saudades).

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