domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poesia/134

Ausência

Tive uma filha.
Batizei-a de Ausência.
Ausência era feia, porém, bem tratada.
Onde eu estava, Ausência estava.
Era eu presente para Ausência
e Ausência sempre presente ao meu lado.

Com o tempo, Ausência cresceu.
Ausência era muda, fria, má e solitária.
Ausência me tornou amargurada, mas estava sempre lá,
me observando e fazendo exigências,
mesmo com a ausência das palavras.

Ausência tornou-me insone.
Eu vivia pela casa, com o coração aflito.
Se Ausência se acidentasse, eu não ouviria gritos.

Na casa, havia uma escada.
Ausência, estabanada, rolou um dia por ela.
Ausência morreu em mim, ainda jovem e donzela.

Agora, Ausência ausente,
eu me faço presente
para minha recém-nascida: Vida.

* N.A: Uma tentativa de fazer um conto em versos, eu acho :) Na dúvida, ao invés de publicá-lo como "conto", publico como "poesia" mesmo. ;)

5 comentários:

Unknown disse...

The first i read today and i oculd totally relate. I really like it. The thing is everytime i come here to read your work i'm in aw! Keep it up.
Love
Fabio

Oliver Thi! disse...

Obrigado Taty, pelo carinho!
Genézio manda abraços e adorou seu Blog!
=)

Gi Zamai disse...

Seu texto é maravilhoso, além de inteligente. Também escrevo, estarei publicando um livro agora no mes de abril. Faça uma visita ao meu blog, terei prazer.
gizamai.blogspot.com abraços

Anônimo disse...

Há tantos modos de se refletir sobre a ausência, né?

Luiz Scalercio disse...

belissimo texto adorei muito
prbns e muito sucesso.
visita o blog da minha mulher
www.analucianicolau.adv.br.