Ausência
Tive uma filha.
Batizei-a de Ausência.
Ausência era feia, porém, bem tratada.
Onde eu estava, Ausência estava.
Era eu presente para Ausência
e Ausência sempre presente ao meu lado.
Com o tempo, Ausência cresceu.
Ausência era muda, fria, má e solitária.
Ausência me tornou amargurada, mas estava sempre lá,
me observando e fazendo exigências,
mesmo com a ausência das palavras.
Ausência tornou-me insone.
Eu vivia pela casa, com o coração aflito.
Se Ausência se acidentasse, eu não ouviria gritos.
Na casa, havia uma escada.
Ausência, estabanada, rolou um dia por ela.
Ausência morreu em mim, ainda jovem e donzela.
Agora, Ausência ausente,
eu me faço presente
para minha recém-nascida: Vida.
* N.A: Uma tentativa de fazer um conto em versos, eu acho :) Na dúvida, ao invés de publicá-lo como "conto", publico como "poesia" mesmo. ;)
Tatyana França, aspirante a escritora, decidiu fazer seu próprio projeto literário. Assim, nasceu o Nulla dies sine linea: 09 meses de textos nos mais variados estilos. O desafio foi cumprido: nenhum dia sem postar, de 14 de março a 14 de dezembro de 2010!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Poesia/133
Ponto final
Eu resolvi pousar
aqui e acolá...
Pousar nas asas de um morcego,
procurando por sossego;
Pousar em terras verdejantes,
esperando um bom amante.
Pouso ali e me crivo,
tentando encontrar alívio.
Mas a estrada me chama,
clama por minha presença.
Acumulo sapiência
e raízes não existem.
Busco até as horas tristes,
também um pouco de paz.
Busco um lugar de repouso
e, quando pouso, quero mais.
Talvez eu me entregue à sorte
ou volte ao ponto de partida.
Talvez eu plante dálias
para colher margaridas.
É certo que um dia eu pare
e repare no cansaço.
Então, traço os próximos passos,
misturo calma e embaraço,
pouso bem num roseiral.
Vivo mais um desenlace
e pinto um ponto final.
Eu resolvi pousar
aqui e acolá...
Pousar nas asas de um morcego,
procurando por sossego;
Pousar em terras verdejantes,
esperando um bom amante.
Pouso ali e me crivo,
tentando encontrar alívio.
Mas a estrada me chama,
clama por minha presença.
Acumulo sapiência
e raízes não existem.
Busco até as horas tristes,
também um pouco de paz.
Busco um lugar de repouso
e, quando pouso, quero mais.
Talvez eu me entregue à sorte
ou volte ao ponto de partida.
Talvez eu plante dálias
para colher margaridas.
É certo que um dia eu pare
e repare no cansaço.
Então, traço os próximos passos,
misturo calma e embaraço,
pouso bem num roseiral.
Vivo mais um desenlace
e pinto um ponto final.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Microconto/63
*Fan action
- Vocês foram ótimos! Eu... eu... amei! Ameeeeei! Aliás, eu amo vocês! Sou a fã número 01, podem acreditar...
- Poxa, obrigado... - respondeu o líder da banda, tentando ser simpático com a fã que ganhara o concurso para adentrar no camarim após o show.
- Posso tirar um foto com vocês?
- Claro - disse um.
- Com certeza - respondeu outro.
Depois da foto, ela também pediu:
- Gostaria que me dessem seus autógrafos...
Todos concordaram sorrindo e um deles indagou:
- Onde assinamos?
Duas horas depois, ela ainda estava extasiada. Já em casa, de calcinha e sutiã, se admirava no espelho e fotografava todas aquelas assinaturas espalhadas pelo corpo.
*Qualquer semelhança com a palavra Fanática é mera coincidência.
- Vocês foram ótimos! Eu... eu... amei! Ameeeeei! Aliás, eu amo vocês! Sou a fã número 01, podem acreditar...
- Poxa, obrigado... - respondeu o líder da banda, tentando ser simpático com a fã que ganhara o concurso para adentrar no camarim após o show.
- Posso tirar um foto com vocês?
- Claro - disse um.
- Com certeza - respondeu outro.
Depois da foto, ela também pediu:
- Gostaria que me dessem seus autógrafos...
Todos concordaram sorrindo e um deles indagou:
- Onde assinamos?
Duas horas depois, ela ainda estava extasiada. Já em casa, de calcinha e sutiã, se admirava no espelho e fotografava todas aquelas assinaturas espalhadas pelo corpo.
*Qualquer semelhança com a palavra Fanática é mera coincidência.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Poesia/132
Tudo que eu queria
era ver o mundo.
Tudo que eu queria
era jogar fora o guarda chuva
e o sobretudo.
Fonte da imagem: Sempre ele - Google!. A cena, para quem não conhece, é do maravilhoso "Cantando na chuva".
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Poesia/131
Cubra o sol
Cubra o sol
Que hoje eu quero um dia cinza
Cubra o sol
E me cubra de brisa
Me alisa, me despenteia
Me excita, me incendeia
Não carece compromisso,
Mas por favor,
Cubra o sol
Depois me cubra de carícias
Cubra o sol e sinta o vento
- esse nosso bom amigo
Cubra o sol, dê-me um sorriso
E vem deitar aqui comigo.
Cubra o sol
Que hoje eu quero um dia cinza
Cubra o sol
E me cubra de brisa
Me alisa, me despenteia
Me excita, me incendeia
Não carece compromisso,
Mas por favor,
Cubra o sol
Depois me cubra de carícias
Cubra o sol e sinta o vento
- esse nosso bom amigo
Cubra o sol, dê-me um sorriso
E vem deitar aqui comigo.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Poesia/130
Tempo
O tempo caçoa de mim
É um processo sem fim
Não posso viver assim!
Tempo, tempo, tempo
Meu atraso me preocupa
Já vivo sem desculpas!
E é tudo culpa do tempo...
Tempo, tempo, tempo
Meu intento é conseguir
Multiplicar-te, expandir-te,
Acabar com teu limite!
Fonte da imagem: Poeta Álvaro Alves de Faria
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